O que são crenças intermediárias?

As crenças intermediárias atuam entre as crenças centrais mais profundas e os pensamentos automáticos que temos em nossos dias. Elas fazem uma espécie de link, de conexão, entre as ideias básicas que desenvolvemos sobre a vida e os pensamentos específicos que temos em situações concretas e cotidianas da vida.

Ou seja, elas formam uma ponte entre as crenças nucleares (ideias centrais sobre o eu, os outros e o mundo) e os padrões de pensamento automático (pensamentos automáticos e imediatos que surgem em resposta a eventos específicos).

Como as crenças intermediárias são e como elas se formam?

As crenças intermediárias são desenvolvidas a partir das experiências e das crenças centrais que a pessoa desenvolve em sua vida. Elas são mais específicas do que as crenças centrais e mais gerais do que os pensamentos automáticos.

Portanto, as crenças centrais são a base para as crenças intermediárias, de forma que as crenças centrais são mais abrangentes e gerais, enquanto as crenças intermediárias são mais específicas.

Tomemos como exemplo uma pessoa que tem a crença central de que ela é um fracasso. Com base nessa crença, a pessoa pode desenvolver a crença intermediária de que "se eu cometer um erro, as pessoas vão me rejeitar".

As crenças intermediárias também podem ser desafiadas. Se você cometer um erro e perceber que as pessoas continuaram ao teu lado te apoiando apesar do erro, essa crença intermediária se mostrou não verdadeira.

Estruturação das crenças intermediárias

As crenças intermediárias podem ser divididas em três categorias principais: atitudes, regras e pressupostos.

Atitudes: apontam a ideia que a pessoa tem daquilo, como a pessoa percebe tal questão. Exemplo:

• ‘É terrível confiar nas pessoas',

• ‘É horrível ser inadequado’

• ‘É horrível ser incompetente’,

• ‘É terrível alguém ficar chateado comigo’.

Regras: são instruções, ideias definidas e precisas que nos indicam como nos comportar e como as coisas devem ser. As regras orientam o comportamento, a tomada de decisões, as expectativas e as interações que realizamos com o mundo. Por exemplo:

• ‘Não devo confiar em ninguém',

• ‘Devo fazer tudo com perfeição’,

• ‘Devo agradar a todos’,

• ‘Devo ser aceito por todos’,

• ‘Devo ficar atento às intenções dos outros’,

• ‘Não devo me arriscar’.

Pressupostos: são suposições subjacentes que fazemos de como as coisas são, a partir da nossa crença central e que embasam nosso pensamento e comportamento. Os pressupostos costumam ser do tipo “se… então…”. Através deles tomamos certas conclusões sobre como as coisas funcionam. Exemplo:

• ‘Se eu não ficar atento, as pessoas tirarão proveito de mim’,

• ‘Se eu trabalhar arduamente, então terei sucesso’,

• ‘Se eu fizer tudo o que os outros querem, então serei aceito’,

• ‘Se eu for perfeito, serei aceito’,

• ‘Se eu não confiar em ninguém, ficarei bem’.

Podemos observar que essas três categorias estão profundamente interligadas. Um pressuposto "se eu falhar, serei rejeitado" traz a ideia de que a falha leva à rejeição, bem como inclui uma regra ("não devo falhar [para evitar a consequência de ser rejeitado") e uma atitude negativa em relação a si mesmo ("é terrível falhar").

A identificação da categoria de uma crença intermediária pode ajudar a entender sua origem e seu impacto em nossos pensamentos, emoções e comportamentos.

Importância das crenças intermediárias

As crenças intermediárias são importantes porque elas contribuem para a manutenção das crenças centrais e para a influência em nossos pensamentos, emoções e comportamentos.

Elas podem nos ajudar a nos sentir seguros, confiantes e amados, ou podem contribuir para sentimentos de insegurança, baixa autoestima e ansiedade.

O desenvolvimento de crenças intermediárias positivas pode ajudar as pessoas a lidar com os desafios da vida de forma mais eficaz.

Precisando, estou aqui <3

Luiza Teixeira Natale

Psicóloga clínica

CRP 05/77673