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Como a TCC pode te ajudar

Atualizado: 7 de mar.

A Terapia Cognitivo-Comportamental, mais conhecida como TCC, é uma abordagem da psicologia que ajuda a pessoa a compreender seus pensamentos, emoções e comportamentos e a desenvolver habilidades para lidar com seus desafios.


A TCC enfatiza a relação terapêutica colaborativa e empática, sendo uma abordagem integrativa e estruturada. Ela é embasada cientificamente e possui comprovação de alta eficácia para as mais diversas demandas, como depressão, transtornos alimentares e ansiedade.


Figura de um cérebro com balões


Basicamente, a TCC compreende que diante de uma situação o indivíduo terá pensamentos, os quais são influenciados por fatores como sua história e contexto de vida. E tais pensamentos diante de um evento influenciam suas emoções e seus comportamentos.


Gráfico sobre a TCC


Tais emoções e comportamentos influenciados pelo nosso pensamento podem se tornar o novo evento que gerará novos pensamentos. E por aí vai...


Vejamos um exemplo

Imagine a seguinte situação:


Você e seu amigo estão conversando, bem tranquilos, enquanto passeiam pelo centro da sua cidade.


Homem em meio a uma multidão na cidade

Então, de repente, um homem apressado esbarra em vocês. Ele, irritado, ao olhar para trás, ainda xinga vocês e faz um gesto obsceno.


Talvez você fique indignado e responda xingando-o de volta. Mas, quando olha para seu amigo, ele está... rindo.


Como uma mesma situação gerou duas emoções e comportamentos tão diferentes?


Qual foi seu pensamento no momento que o homem esbarrou em você? Talvez "Que absurdo, ele que bate na gente e ainda se acha o certo", "Mas que mal educado!", ou algo do gênero?


E o que seu amigo pode ter pensando? Quem sabe algo como "Isso é mesmo engraçado, ele bateu na gente e ainda ficou bravo. O que me faz lembrar como minha mãe fica brava por qualquer coisa e meu pai brinca com ela, fazendo-a rir".


Isso nos ajudaria a entender o porque de ambos terem se sentido e se comportado de modos tão diferentes, certo?


Um outro exemplo:

Você acabou de assistir a um filme maravilhoso junto de seu amigo e está tão animado que mal pode esperar para sair da sala e comentar sobre o filme.


Embalagens de cinema com pipoca

E então quando vai falar sobre o quão genial foi o roteiro, você vê que seu amigo está com uma cara de decepção. Algo totalmente diferente do que você esperava diante de um filme tão bom.


Por que um mesmo filme gerou emoções e reações tão diferentes? Novamente, notamos como o pensamento e o modo como avaliamos os eventos está envolvido nisso.



Mas por que as pessoas têm pensamentos diferentes?

Desde o início de nossas vidas, somos expostos a um ambiente físico e emocional no qual crescemos, de modo que cada pessoa tem experiências únicas na vida.


Soma-se a isso a diferença de cultura, a forma como nossos cuidadores nos educaram, o modo como as pessoas nos tratam, eventos difíceis que vivenciamos e tantos outros fatores que ocorrem e nos influenciam ao longo das nossas vidas.


Tudo isso vai moldando o modo como enxergamos o mundo e sentimos nossas experiências, de forma que desenvolvemos crenças sobre o mundo, as pessoas e nós mesmos. Assim, organizamos nossos conhecimentos e aprendizados de vida de uma forma padronizada que nos auxilia a saber como agir diante de novas situações.


Mão segurando uma miniatura de globo terrestre, em meio a natureza

Portanto, desenvolvemos crenças centrais a partir das quais interpretamos novos eventos e o mundo em que vivemos, e a partir das quais agimos, mesmo que não estejamos tão conscientes sobre elas.


Exemplo: uma pessoa que, quando criança, não tinha suas necessidades básicas atendidas e era humilhada e negligenciada pelos pais pode ter desenvolvido a crença de que as pessoas não são confiáveis e o mundo não é um lugar seguro. Assim, em suas relações atuais pode ter dificuldade para criar uma relação mais profunda por achar que a qualquer momento o outro a machucará, apesar de o contexto em que esse pensamento era funcional não estar mais presente (era funcional por evitar uma nova humilhação do pai, por exemplo).

E então?

Acontece que muitas vezes nós tomamos esses pensamentos como verdadeiros sem questioná-los, talvez sem nem mesmo nos dar conta deles. E essas atribuições, principalmente quando feitas de modo automático e não reflexivo, podem não ser realistas e atrapalhar nossas vidas e objetivos.


Assim, na terapia, a pessoa tem oportunidade de identificar esses pensamentos automáticos, avaliá-los e fazer uma reestruturação cognitiva, a partir da qual consegue se conhecer melhor, reduzir seus sintomas e mudar seus comportamentos.


'Mas meu problema é real. Meu pensamento está correto e não é ele que causa meu problema.'

Mulher preocupada

Com certeza, sabemos que os problemas e dificuldades existem e que pode não ser suficiente só mudar o pensamento, bem como o pensamento pode condizer com a realidade.


Apesar disso, ao olhar o problema por novas perspectivas e ao considerar outros elementos da situação que talvez ainda não tenhamos percebido, conseguimos espaço para identificar novas estratégias e opções de caminhos para lidar com os nossos problemas.


Assim, através de técnicas e estratégias cognitivas, emocionais e comportamentais, desenvolvemos planos que nos auxiliem a lidar melhor com nossos desafios e alcançar nossos objetivos.


E se não houver nada que eu possa fazer para controlar a situação?

Sabemos que na vida muitas coisas não podem ser controladas. Muitas vezes, o paciente pode vir com a expectativa de mudar algo que está fora de seu controle, como mudar os comportamentos de outra pessoa.


Nesses casos, trabalhamos a adaptação do objetivo. Digamos que a pessoa queira que seu parceiro a ajude mais nas tarefas da casa. Assim, em vez de o objetivo da terapia ser aumentar a cooperação do parceiro, o objetivo focaria no que o paciente pode fazer que aumentará a chance do seu parceiro ser mais colaborativo.


Assim, por mais que não tenhamos controle sobre uma situação, sempre há algo que possamos fazer. Com isso, trabalhamos com o paciente a compreensão e aceitação dessa falta de controle e as opções do que fazer a partir disso, bem como a busca de outros elementos de sua vida que lhe deem significado e promovam sua qualidade de vida apesar da situação que não pode controlar.


Aplicando a TCC:

A terapia começa com uma anamnese, ou seja, é um momento de conhecer a história de vida do paciente e suas demandas, de modo a identificar seu modelo cognitivo, suas dificuldades, objetivo terapêutico e melhor forma de tratamento. Dependendo da sua demanda, o paciente pode fazer terapia presencialmente no consultório, ou de forma remota através da terapia online.


Duas mulheres em sessão de terapia

A partir dessa compreensão do modelo cognitivo, considerando a história, o contexto e os diversos fatores de vida do indivíduo, o terapeuta cognitivo-comportamental elabora uma conceituação de caso e um plano de tratamento a partir do qual poderá trabalhar com o paciente em direção a seus objetivos terapêuticos.


Todo esse processo é feito de forma colaborativa, de modo que o paciente é ativo e tem papel central na terapia. Durante o processo, utiliza-se técnicas cognitivas, como a psicoeducação, e a identificação de pensamentos automáticos e de distorções cognitivas; e técnicas comportamentais, como o monitoramento e a ativação comportamental.


Dessa forma, avaliando e compreendendo os pensamentos, a pessoa aprende a utilizar técnicas cognitivas e comportamentais para regular suas emoções e direcionar suas ações em busca dos seus objetivos. O paciente, assim, promove seu autoconhecimento e desenvolve suas habilidades para solucionar problemas e aumentar sua qualidade de vida.



Precisando, estou aqui <3


Luiza Teixeira Natale

Psicóloga clínica

CRP 05/77673

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