Fim de ano chegando e a tristeza também?

O fim de ano muitas vezes nos envolve em uma mistura complexa de sentimentos, marcada por celebrações festivas e alegria por mais um ano que se finaliza e com a esperança de novo ano, novas conquistas e celebrações.

Contudo, é comum que muitas pessoas sintam uma emoção diferente nessa época do ano: tristeza... uma sombra de melancolia. Enquanto muitos estão imersos na alegria das festas e no espírito de renovação, há aqueles que experimentam uma tristeza peculiar diante do encerramento de um ciclo.

Este artigo explora as razões por trás da tristeza associada ao fim do ano e oferece perspectivas sobre como navegar por esse terreno emocionalmente desafiador.

1. Reflexão sobre conquistas e desafios: Ao nos aproximarmos do final de um ano, é comum olhar para trás e avaliar os doze meses que se passaram. Este exercício de reflexão pode despertar uma série de emoções, especialmente se o ano foi marcado por desafios significativos. Avaliar as metas não alcançadas ou os obstáculos superados pode desencadear uma sensação de tristeza ou frustração.

2. Despedidas e mudanças: O fim do ano muitas vezes traz consigo despedidas, seja de pessoas queridas, de empregos, de lugares familiares ou mesmo de fases da vida. Essas despedidas, embora muitas vezes necessárias para o crescimento, podem ser acompanhadas por um luto silencioso e uma sensação de perda.

3. Pressões sociais e expectativas: A pressão social para estar alegre e animado durante as festas de fim de ano pode intensificar a tristeza. A percepção de que todos estão envolvidos em celebrações felizes pode aumentar a sensação de isolamento para aqueles que estão sofrendo emocionalmente.

O que fazer?

Como podemos lidar com essa tristeza e preocupações que se apresentam a nós nessa época do ano?

1. Aceitação das emoções: Reconhecer e aceitar as emoções de tristeza é o primeiro passo. Muitas vezes a nossa briga com a emoção e a tentativa de evitá-la torna mais doloroso ainda o sentimento; permita-se sentir sem julgamento, compreendendo que as emoções são parte integrante da experiência humana.

2. Prática da autocompaixão: Cultivar a autocompaixão é essencial, reconheça a sua própria humanidade, seja gentil consigo mesmo. É normal sentir tristeza, mesmo quando o mundo ao seu redor parece efervescente de alegria. Cada um é um ser único, passamos por momentos de alegria e tristeza de acordo com nossa própria história e contexto, portanto, não precisamos nos cobrar alegria apenas porque os outros à nossa volta assim o estão.

3. Estabelecimento de limites: Defina limites saudáveis ao participar de eventos sociais. Se sentir que as expectativas e pressões sociais estão exacerbando a tristeza, dê a si mesmo a permissão para se afastar quando necessário e ter momentos para si. Mas também permita-se estar perto daqueles que você ama, sentir esse amor pode ajudar nesse processo.

4. Foco nas oportunidades de renovação: Embora o fim do ano marque o encerramento de um ciclo, também sinaliza um novo começo. Concentre-se nas oportunidades de renovação e no potencial para crescimento e mudança no ano seguinte.

5. Crie planos e busque aquilo que te traga satisfação: Talvez você esteja triste porque não realizou tudo o que queria, ou porque algo foi diferente do que esperava. Permita-se analisar o que você deseja para o futuro, pense naquilo que te traria satisfação e alegria. Planeje-se para alcançar esses sonhos no próximo ano que está chegando. A esperança de um novo ano cheio de realizações que desejamos e o planejamento que nos permite alcançá-las é importante e ajuda a reduzir a tristeza promovendo um olhar para o futuro que desejamos.

6. Busca de apoio: Compartilhar seus sentimentos com amigos, familiares ou profissionais de saúde mental pode proporcionar suporte valioso. A conexão com outros e a expressão das emoções podem aliviar o peso emocional.

Enfim...

O fim do ano, apesar de ser uma época de celebração para muitos, pode evocar sentimentos complexos para outros. Enfrentar a tristeza associada a esse período requer autocompaixão, aceitação e a conscientização de que é possível encontrar significado e renovação mesmo diante das sombras emocionais.

Ao navegar por essa tristeza com resiliência, podemos descobrir que o fim do ano é, de fato, uma transição para novas oportunidades e experiências.

Precisando, estou aqui <3

Luiza Teixeira Natale

Psicóloga clínica

CRP 05/77673